“A vida não tece apenas uma teia de perdas, mas nos proporciona uma sucessão de ganhos” (Lya Luft).

O ser humano faz parte de um ciclo vital e tem a morte como algo certo, em algum momento terá de vivenciar a perda de alguém que se ama, o que não conforta, uma vez que tal experiência é vivida de forma extremamente dolorosa e única. Evitamos falar de morte e quando a vivenciamos entramos em contato com algo que nos é pouco familiar, isto porque não estamos preparados para perder, não fomos educados para isso. 

A morte nos remete a perda, é como um vínculo que se rompe de forma irreversível, é uma perda real, concreta, é quando alguém que ama se vai. Ela nos coloca diante do inusitado, do novo, do não esperado, desta forma enfrentá-la nem sempre é fácil. Lidar com a morte de alguém que amamos é um processo penoso, e a forma como cada um reage diante de tal fato é algo singular. Neste momento o ser humano é tomado por fortes sentimentos e a maneira com que ele reage poderá depender principalmente do vínculo estabelecido com o falecido. Negar-se a falar sobre o ocorrido, encarar como fatalidade, não demonstrar dor e sofrimento pela perda podem ser formas de negar a morte com o intuito de não sofrer. O enlutado necessita de um trabalho de reorganização interna, ou seja, o luto, que se caracteriza como condição indispensável para que a pessoa possa retornar suas atividades, reaprender a viver e conviver com todas as mudanças que a morte traz consigo.

NÁGELA GRAZIELE DE CAIRES SOUSA

Compartilhar: