Quando falamos de morte é inevitável não ficarmos tristes, pois é ela que, na maioria das vezes, nos apresenta este tão temido sentimento. No processo de readaptação e aceitação no qual passamos durante o luto, é esperado que a pessoa se sinta triste por vários momentos e tal sentimento tem sua intensidade diretamente ligada ao vínculo que se mantinha com o falecido.

A questão é que a sociedade tenta de todas as formas esconder este sofrimento, uma vez que este pode causar mal estar as pessoas que rodeiam o enlutado. Dentre os recursos usados para burlar o sofrimento, muitos utilizam da medicação para controlar a tristeza, no objetivo de corresponder as expectativas das pessoas próximas ao enlutado, ou seja, não deixar que a tristeza transpareça e incomoda quem está em volta.

O problema é que para haver a elaboração do luto a pessoa precisa experimentar os sentimentos, ou seja, evitar que eles apareçam pode ser pior. Existe o momento da raiva, da angustia, da dor e, sobretudo, da tristeza, que por um tempo fará parte da vida do enlutado. É esperado que a intensidade desses sentimentos diminua com o passar do tempo, porém é de extrema importância que o enlutado vivencie este processo de forma natural.

Em alguns casos a medicalização se faz necessária, mas para isso um profissional da saúde que deverá analisar a situação, ou seja, se o que está ocorrendo é da ordem do patológico ou um sentimento de tristeza esperado e ocasionado pela perda de um vínculo rompido.

Nágela G. Caíres Sousa

CRP: 04/35084

Psicóloga graduada pela UEMG – Faculdade Estadual de Minas Gerais

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