O Dia dos Finados é o dia de celebrar a vida de quem amamos e já não está entre nós. Em um dia comum, preservamos nossos rituais.  

Mas não é um Dia de Finados comum. Não poderia ser, diante de uma pandemia.

Para muitos, o último Adeus foi à distância. E a falta que faz a despedida pode deixar um espaço vazio em uma vida inteira.

O que dói mais é a impossibilidade de dizer Adeus, a ausência do abraço e o suporte da comunidade. Mudamos para sempre o significado das palavras encontro, despedida e conexão.

Fomos obrigados a adaptar a forma com que vivemos, nos relacionamos e amamos nos pequenos detalhes. Mas o Amor permanece, mais forte e mais presente.   

Por isso, nos adaptaremos mais uma vez para encontrar novas formas de nos despedir, por mais que ainda doa tanto.

Muitos estão em casa agora, ou com pessoas que amam em hospitais.

Esperamos que, para vocês, a música possa ser uma prece agora nesse dia Dois de Novembro de 2020. Que a melodia, hoje, possa ser o símbolo do Amor.

O que não podemos ver, nem tocar, podemos sentir mais forte. Uma lembrança de que só o Amor é Permanência.

É dele que viemos e para onde iremos.

Como parte de um novo ritual, que une notas como une abraços, em uma sinfonia efêmera de Saudade eterna para honrar a Memória de quem amamos.

E fazer parte do processo de cura de uma nação impedida de se despedir e homenagear. 

O tributo de hoje não é somente para quem se foi, mas para toda a nossa comunidade. A todos que tiveram que mudar seus rituais, aos que foram impedidos de se despedir e aos que estão distantes.

A todos que, de coração aberto, abriram mão da proximidade em prol da preservação da vida e do coletivo.

Nós somos gratos, acima de tudo, pelo sacrifício que cada um de vocês fez e faz todos os dias.


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