Pelo menos dois milhões de crianças perderam um dos pais ou avós por causa da pandemia, de acordo com um novo estudo publicado pela revista de medicina The Lancet.

E isso traz muitas consequências.

A morte de um dos pais ou cuidadores pode abalar as bases de uma criança e a crença de que o mundo é um lugar seguro.

Por isso, é essencial que os adultos ofereçam a elas senso de continuidade da rotina, muito cuidado e conexão durante o processo.

Da mesma forma que os adultos, ao longo do processo, os pequenos lidam com uma avalanche de emoções e dúvidas.

De acordo com o Huffington Post, para crianças enlutadas que lidam com a perda de uma figura importante como um pai, “sentimentos intensos podem ser particularmente difíceis de processar. As crianças precisam de seus pais sobreviventes, cuidadores ou outros adultos de confiança em suas vidas para ajudá-los a navegar nas águas turvas do luto.”

Além disso, o processo da perda é uma experiência individual para todos nós. Se você conhece várias crianças que vivem o Luto, vai perceber que cada uma delas experiencia de forma diferente.

No entanto, existem algumas perguntas que são comuns e podem surgir após a morte de um dos responsáveis.

Algumas delas são:

Quem vai cuidar de mim?

Seja sempre honesto na hora de responder a qualquer pergunta dos pequenos, especialmente essa. Se você não souber a resposta, converse com os familiares antes de assegurar as crianças de que ela está segura e será cuidada.

Eu também vou morrer?

Conversas sobre a morte são necessárias. Assegure a criança que o que aconteceu foi um caso particular, mas que a morte é algo que todos vamos viver.

Caso precise de ajuda para essa conversa, existem muitos livros e filmes que ajudam adultos a ter essa conversa. Conheça o Livro da Tia Margarida aqui.

Eu causei a morte de meu pai/mãe?

Crianças em torno dessa idade também têm o que é chamado "pensamento mágico" e, por essa razão, podem acreditar que são de alguma forma responsáveis pela morte de seus pais. Seja por causa de algo que disseram, pensaram ou fizeram.

“Tranquilize-os de que eles não causaram a morte e – o que aconteceu - não é alguma forma de punição”, diz Ellen Roese, funcionária licenciada de clínica social.

Uma das melhores coisas que podemos fazer para ajudar os pequenos é estar receptivos para cada emoção que eles trouxerem durante o processo e ouvir o que tem a dizer.

Os objetivos principais dos responsáveis de crianças enlutadas são encorajá-las a aceitar as emoções que surgem - ao invés de ignorá-las, oferecer apoio sempre que necessário e mostrá-las que não existe um “jeito certo” de viver o processo.

Guiar as crianças durante a jornada, ao mesmo tempo em que vivemos o Luto, pode ser, no mínimo, difícil. Por isso, lembre-se que se o pequeno perceber que você também está triste está tudo bem.

É importante cuidar de você mesmo durante o processo.

Acima de tudo, o objetivo do Luto não é superar, afinal, não superamos a morte de quem amamos, mas aprendemos como seguir através da aceitação. E cada pequeno vai encontrar sua maneira de fazer isso.

Saiba mais sobre o Luto Infantil aqui.

Se você conhece uma criança que vive isso hoje, conheça mais sobre o Apoio ao Luto Infantil, envie uma mensagem para (37) 99139-0013


Fontes:

https://www.goodtherapy.org/blog/how-to-help-children-grieve-death-of-parent-1212165

https://www.huffpost.com/entry/how-to-help-children-grief-death-parent_l_5d2f5bcee4b0a873f645c2dd

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