Sobre a história da cremação


Ao contrário do que muitos possam imaginar, a cremação é um processo muito antigo e vem sendo praticado há milênios pelos homens. Acredita-se que a prática teve origem em 3.000 a.C., no leste europeu. 


Alguns dos povos mais antigos da nossa civilização, como os gregos, acreditavam que havia vida após a morte. Por isso, ao cremar uma pessoa falecida, estariam destinando-a a uma pós-vida nobre e honrosa. 


Arqueólogos e antropólogos descobriram registros de que em 750 a.C. os romanos passaram a fazer o mesmo.


No ano 552 d.C., o Japão adotou a cremação com o advento do Budismo, sendo que a prática passou a ser aceita primeiramente pela aristocracia. Somente depois de muito tempo é que o povo, movido pela falta de espaço para os sepultamentos, entendeu que o processo era o mais indicado. 


Dessa forma, deixaram o uso da terra para fins mais corretos, como a produção de alimentos, por exemplo. Com o passar do tempo, mais e mais populações passaram a considerar normal cremar os mortos. 


Mais recentemente, durante o período da Idade Média (durante aproximadamente 1.000 anos), apenas os Reis, Rainhas e membros da Alta Realeza tinham o privilégio de serem cremados.


- Uma curiosidade: somente por volta de 1867 (já no século 19) foi promulgada uma lei sobre a obrigatoriedade de incinerar as vítimas de doenças contagiosas. Com isso, mais religiões e culturas ao redor do mundo adotaram a cremação como ato eficaz de controle sanitário.


Em 1872, os italianos criaram o primeiro forno capaz de gerar uma temperatura alta o suficiente para cremar o corpo humano.

Com essa máquina revolucionária a prática da cremação expandiu-se ainda mais.


Da mesma maneira que aconteceu na Europa, no Brasil a cremação foi ficando cada vez mais comum. Isso ocorreu à medida que a sepultura familiar coletiva foi ficando mais longe das possibilidades financeiras da maioria.  


Hoje as famílias são menores e seus membros têm muito mais mobilidade do que no passado. As pessoas se dispersam mais facilmente, indo inclusive para outros países. E para garantir que os corpos possam ser enterrados onde as pessoas moram, a cremação aos poucos substitui o antigo hábito de sepultamento. 


Há ainda o lado religioso da população. Novas crenças vêm surgindo e o processo de incineração dos corpos passa a ser mais aceito pelas diversas religiões. Atualmente, a cultura ocidental passou a entender que o corpo se decompõe e que o espírito ou a alma são eternos. 


E o aspecto religioso? 


Para a grande maioria das religiões não há qualquer restrição quanto à cremação.

Na Igreja Católica, por exemplo, até 1963 a cremação era proibida. Mas, a partir de então, o Papa Paulo VI reconheceu a cremação como uma forma digna de despedida. 

Atualmente ela é totalmente aceita, desde que as cinzas sejam respeitadas e os motivos pela escolha sejam cristãos.


Para os evangélicos também não existem proibições por parte dos líderes religiosos. A vertente mais tradicional e seguidora do velho testamento costuma optar pelo sepultamento, uma vez que a cremação não é comumente representada no velho testamento. Mas não há proibições claras, apenas orientações.


Já no Espiritismo a cremação é muito aceita e não existem argumentos contrários, pede-se apenas um tempo de 72 horas entre a morte e o início da cremação. Essa orientação se justifica pela crença de que o espírito pode manter uma ligação com o corpo após a morte, por até esse período.


O hinduísmo é a religião mais favorável à prática da cremação. Eles acreditam que o fogo funciona como um elemento purificador, ajudando o falecido a se desapegar dos restos materiais e partir para uma nova dimensão. 

O mais importante é entender que todo o processo de cremação é sempre feito com muita atenção e respeito. E nada mais é que uma forma de acelerar o que o próprio tempo fará naturalmente através dos anos, se a opção for o sepultamento.


Para mais conteúdos interessantes, siga a Cuidar Assistência no Instagram Facebook.

Compartilhar: